segunda-feira, 29 de abril de 2024

O "MY WAY" de Todas as Coisas!

 




A Ciência jamais saberá como, precisamente, a vida surgiu na terra, sempre se contentando com hipóteses mais ou menos verossímeis, e nunca verificadas. O mesmo acontece com a Inteligência Artificial: ninguém saberia precisar exatamente onde e quando uma destas I.A.’s irá postular os seus próprios problemas, ao invés de resolver problemas colocados pelos seus usuários (aqui definimos, de modo definitivo, a vida como a arte de inventar os seus próprios problemas, a famosa AUTOPOIESIS). Situações semelhantes se repetem em muitos aspectos e domínios: para entender o Princípio de Individuação de qualquer coisa seria preciso apelar para os já extintos pensadores metafísicos, notadamente para aqueles que forjaram o conceito de “Causa Sui”, causa de si mesmo! Como estratégia de compreensão, poderíamos evocar outro conceito mais popular e análogo, o de Causa Imanente, aplicado a todo tipo de causalidade em que esta causa não se separa dos seus efeitos, exceto formalmente. Aplicando então este operador sobre o DNA, supostamente o berço de nascimento da Vida, veremos em que sentido ele pode ser compreendido pelo conceito de “Causa Sui”: Sabemos que não é ele quem replica, antes ele é uma estrutura que permanece a mesma, enquanto forma, ficando aos seus átomos, moléculas, aminoácidos e genes a performance de se replicar ilimitadas vezes, mantendo a forma como um tipo de causa imutável e inseparável dos seus efeitos (algo parecido como o “meme” do barco de Aquiles, sempre em reformas, trocando partes extra partes, até que todas as tábuas e apetrechos de navegação estejam trocados, sem que o barco deixe de ser o mesmo!). É grande aqui a tentação de confundir esta Causa Eficiente com a Causa Formal, do quadrunvirato peripatético. A grande maioria dos aristotélicos de plantão caminhariam ao meu lado nesse caminho trevoso! É mister, entretanto, considerar que esta Causa Sui, usado aqui para explicar o DNA, ao longo das gerações, está se modificando, desconjuntando os vetores que precisamente define esta forma como uma causa (uma causa que se modifica no ato é como uma arma que se derrete, e dela não podemos afirmar nenhum tiro certeiro!). Concluiremos, provisoriamente, que a Causa Sui não seria apenas uma causa imanente, como proposto, mas sendo modificada reiteradamente pelos seus efeitos (as moléculas e genes que, ao serem modificados, modula o DNA e lhe plasma em inumeráveis variações), divide o protagonismo com estes efeitos. O resultado é que isto que chamamos de Causa Sui para explicar a Vida, a Inteligência Artificial e outras realidades, revelar-si-á uma substância, composta de forma e matéria que se interagem reciprocamente, em auto modulação, feito um ovo quente a rolar por uma montanha de neve provocando uma avalanche – de espécies vivas, como no caso do DNA -, e de outras e iminentes aberrações digitais que nos acenam com as distópicas inteligências no horizonte deste século inominável!

(... continua)

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