domingo, 17 de maio de 2020

HISTÓRIA MIÚDA DAS RAÇAS HUMANAS - Parte Um: Os avós de Dunga.

 
 
  Foque o seu olhar em algum momento da história humana não-registrada em papiros, cerâmicas ou pergaminhos, vasculhe o contraforte de montanhas ou escabrosos vales onde humanos recém saídos da pré-história, fascinados por metais preciosos escavam a terra com sofreguidão. Um misto de cobiça e feitiço envolve a busca por gemas e metais escondidos nos veios da terra. Xamãs e feiticeiros insuflam a imaginação afirmando que a fina luz das estrelas penetra na terra, em noites límpidas e sem lua, até encontrar um veio de cristal e ali repousar, emprestando a ele a cor da estrela original: os rubis de Fornalha cor de vinho, as safiras cor de Capela, a esmeralda e o fogo verde de Aldebarã, falavam da prata como as lágrimas da lua e do ouro como o sêmen do sol. Ali e acolá, lentamente, uma raça de mineradores se esgueirava pelas fendas e anfractuosidades, túneis e cavernas, por labirintos escuros e vastos salões habitados por um cortejo extático de estalactites e estagmatites. Não eram homens como os da superfície, esguios, bronzeados e elegantes. Ao longo dos milênios, aqueles entre os mineiros, que nascessem com menor estatura, mas preservando e até aprimorando a força física, iam sendo mais bem sucedidos no acesso a locais mais apertados, mais profundos, a veios mais recônditos e enterrados no subsolo onde dormiam as gemas mais bem temperadas pelo calor e pressão da terra, os minérios mais puros preservados da oxidação e de outras reações químicas. Mais bem sucedidos, esses garimpeiros retornavam à superfície com fabulosas fortunas que logo dispersavam entre as tabernas e lupanares da pré-história, ali deixando também a semente de seu sêmen entre mulheres que se deitavam com eles, fascinadas pelo ouro e gemas reluzentes. Muito cedo, eles aprenderam o valor agregado dos adornos e adereços, das joias que poderiam ser confeccionadas com seus tesouros, as artes da lapidação e da metalurgia de armas suntuosas e letais. O sucesso financeiro compensava suas estaturas compactas e disformes e assim eles se reproduziam sobre a terra, gerando novas hordas que bem cedo adotavam o destino dos seus pais e buscavam a fortuna no revirar dos grandes lençóis dormentes da terra-mãe subterrânea. E o ciclo se repetia: quanto menores em estatura, mais fundo penetravam, mais ouro e gemas encontravam, mais filhos nanicos geravam. Esta é, proporcionalmente falando, no tocante ao tamanho, uma adequabilíssima genealogia da raça dos anões e a explicação para que, nos mitos e no imaginário ocidental, esta minuciosa raça esteja sempre associada ao garimpo e à confecção de joias e armas de real beleza, vide os anões dos contos de fadas, de J.R.R. Tolkien, da saga dos Nibelungos, gestas e eddas do folclore europeu.

 

 

SINCRONICIDADE FEÉRICA: Fora no mesmo e exato instante que, na Inglaterra, o rei Artur retirava a espada do cristal e, na Itália, instada pelo emissário do príncipe, Cinderela enfiava o pé no sapato de cristal. Ambos são alçados à realeza - ele, rei, ela, princesa e futura Rainha, via um ato mágico de profunda conotação assexuada: o rei retira sua espada e a rainha cobre sua nudez. A coroa que resplandece na cabeça exige o ofuscamento dos instintos sexuais!

 CENTÚRIAS CASSIÂNICAS

 Coisas que veremos em um futuro muito próximo: experiências hormonais onde você poderá, por algumas horas ou dias, experimentar o mundo como um adolescente experimenta, sentindo e vivendo como um deles, enquanto durar o efeito e seu corpo aguentar; falsas memórias que lhe farão sentir um ódio absurdo e incontrolável por um prisioneiro sentenciado à pena-de-morte. Durante a execução, tais memórias são ativadas e você sentirá um prazer alucinado em participar da execução, enchendo o cadáver com bordoadas, gozando de vingança até só restar uma papa de sangue e carne; morrer de verdade por algumas horas e depois ressuscitar para saber o que tem do outro lado.... E mil outras bostas que a Ciência lhe promete para atochar no seu toba a cobrança de impostos!

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