Noite passada tive um sonho transcendental. Eu era aluno em uma
turma de pessoas totalmente desconhecidas.
Quase todos estudavam em conjunto,
sem um professor que se destacasse. Me lembro de duas aulas: uma, extremamente
rica em simbolismos e originalidade profunda (eu não conseguia entender direito
quase nada).. Outra, uma aula de lógica onde os elementos eram peças de um
tabuleiro que se combinavam com velocidade estonteante e harmonia surpreendente. Durante o sono, eu me achava muito burro, por não
ser capaz de nada entender, mas, refletindo sobre o sonho quando acordado,
conclui que estive em companhia de seres muito avançados. Digo isso por conta
de uma circunstância deste sonho aqui analisado. Várias garotas começaram uma aula de Astronomia
Sonora. Usando um cone muito parecido com lunetas, direcionavam eles para os
astros no lado de fora e colavam seus ouvidos na extremidade; então, sorriam ao
reconhecer o som relativo a cada estrela, dizendo orgulhosas: É Canopus!
Capella! Altair! Spica!....
Como aquele aparelho captava o som, não faço ideia, pois estes não se propagam no vácuo, o certo é que - pensei isso depois - Pitágoras falava de uma música das esferas, não que estas produzissem algum som ao deslizarem no vácuo, como pensa o néscio, mas, cada uma possuindo uma razão numérica do seu deslocamento, esta razão poderia ser transcrita em intervalos aritméticos, isto é, em uma escala musical. Plausível supor o Pitágoras tocando em flautas de bambu o merencório hino lunar e os elusivos ditirambos de Saturno! Pode ser que eu tenha sonhado com moças pitagóricas, ou anjos do espaço sideral! Vou dormir na esperança de sonhar de novo com essas lindas e surreais normalistas. Se forem mesmo as gregas que imagino, amanhã eu conto o STRUPICIUS, que em grego significa CALAMENGAU!
Como aquele aparelho captava o som, não faço ideia, pois estes não se propagam no vácuo, o certo é que - pensei isso depois - Pitágoras falava de uma música das esferas, não que estas produzissem algum som ao deslizarem no vácuo, como pensa o néscio, mas, cada uma possuindo uma razão numérica do seu deslocamento, esta razão poderia ser transcrita em intervalos aritméticos, isto é, em uma escala musical. Plausível supor o Pitágoras tocando em flautas de bambu o merencório hino lunar e os elusivos ditirambos de Saturno! Pode ser que eu tenha sonhado com moças pitagóricas, ou anjos do espaço sideral! Vou dormir na esperança de sonhar de novo com essas lindas e surreais normalistas. Se forem mesmo as gregas que imagino, amanhã eu conto o STRUPICIUS, que em grego significa CALAMENGAU!
Não nos apaixonamos por outras pessoas no que ela possui de essencialmente
pessoal. Isso é carisma cujo fascínio tem uma dinâmica muito distinta da
paixão. Costumamos nos apaixonar pelos mundos que aquela pessoa habita e que só
ela tem a chave: os lugares que frequenta, os amigos cheios de confidências
emocionantes, as lembranças e os sonhos... Isso talvez explique como certos
povos, envelhecidos e cansados de seus mundos comuns, gostam de viajar à
procura de um novo amor. Alemães, suecos,
japoneses, ingleses... quanto mais enfadonho é um país para seus habitantes,
mais eles viajam ao exterior em busca de uma alma gêmea. Costumamos chamar isso
de turismo sexual, reduzindo contudo a dimensão maior das almas envolvidas no
afeto pelo exótico e desconhecido mundo cujos reflexos vemos nos olhos de uma
estrangeira! Em tempos de críticas severas contra o multiculturalismo, esse meu
diagnóstico do amor pode sofrer críticas virulentas das novas polícias da
mente, como uma águia a sofrer insultos dos carneiros quando passa sobre eles
voando, mesmo estando ela de barriga cheia!
Sabemos como, nas grandes paixões, há
sempre no ser amado algo muito e profundamente semelhante a nós mesmos, seja
quanto ao gênero, uma intrepidez e virilidade na mulher amada assim como uma
feminilidade e algo de caprichoso no homem que ela ama; mas também, e mais
intensamente também, algo de nós próprio, como se a essência do desejo fosse
por um duplo de outro sexo que se assemelhe a nós totalmente sem deixar de ser
outro. Apaixonamo-nos sempre por uma criatura mágica que é nós mesmos com a
vantagem além de tudo que possamos imaginar, de ter uma existência autônoma que
nos duplica a vida! As grandes e implacáveis paixões amorosas estão todas
associadas ao fato de um ser humano imaginar que vê o seu eu mais secreto
espiando-o por trás da cortina do olhar do outro!
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