As eras do
conhecimento são lembradas tanto por suas invenções geniais como pelas asneiras
que imperavam como verdades profundas.
A lista é extensa e
deprimente. Nossa época será conhecida, entre outras coisas memoráveis, pela
mais estúpida tese cosmológica: A tese conhecida como ZONA HABITÁVEL ou
GOLDILOCK, que define as condições ambientais para um planeta poder apresentar
alguma forma de vida. O nome GOLDILOCK remete à uma fábula nórdica CACHINHOS
DOURADOS, uma menina perdida que encontra uma casa de três ursos ausentes com
três pratos de sopa na mesa, um muito quente, outro muito frio e o terceiro na
temperatura ideal para ela saciar sua fome. Os planetas deveriam ter uma
distância determinada da sua estrela, ter água em estado líquido, crosta
terrestre, gravidade compatível... Uma lista imensa e até mesmo uma equação
para se calcular a probabilidade de existir vida nesse determinado planeta! QUANTA
IMBECILIDADE DA CIÊNCIA! Não percebem que a quase totalidade dos fatores
ambientais são, na verdade, empecilhos e obstáculos: o oxigênio é oxidante e
letal, á água é dispersiva e solvente universal, logo anti-agregante, o sol é
abrasivo e com frequências perigosamente radioativas... Nenhum biólogo procurou
pensar a vida como um élan, um elastério, uma força que atravessa os obstáculos
criando formas, funções, órgãos e adaptações aos obstáculos, buscando contornar
e se livrar deles, clorofilas, cascas de calcário, pelos, bolsas expletoras,
uma parafernália que poderia, em tese, ser criada em qualquer outro planeta,
seja ela líquido ou gasoso, congelado ou tórrido, com lua ou sem lua, nos
confins ou no centro das galáxias... O motivo para que a vida só exista em
nosso planeta nada tem a ver com condições ambientais (consonante a elas só
temos nossa forma e nossa compleição), mas com a intensidade do elán. Vou mais
longe e afirmo - posso discorrer mais outra hora - que todo o elán disponível
que gerou a vida foi necessário em uma única vez, em um único lance de dados
para que fosse capaz de atravessar a matéria morta e estúpida e gerar esse
sonho inefável, mágico e infinitamente criativo que é a vida! Esqueçam as
estrelas e os astros distantes. É dentro de você, de cada ser vivo na face
desse planeta incidental que se encontra a origem e a fonte da vida eterna, na
centelha de divindade que ainda mantemos acesa!
P. S. Por essa
tese, de que a vida não depende de condições de possibilidade favoráveis, mas
antes, as cria, podemos entender porque o nosso sistema solar não esteja
pululando de vida, ou a galáxia, visto ainda não termos contato nenhum com
nenhuma forma por mais primitiva que seja: a conclusão é que todo o Élan Vital,
todo o impulso original e transcendente que penetrou na matéria teve que ser
todo de uma única vez, todo concentrado para que as condições adversas fossem
vencidas. A suposição de nossa tese, a saber, que a Vida pode surgir em
qualquer ambiente, reforça esta condição de absoluta singularidade, na medida
em que a sua ausência em todo todo universo observável não encontrando outra
justificativa (quando se descarta qualquer pressuposição ambiental). Se
qualquer ambiente pode ser penetrado pela vida e servir de habitat, O QUE
IMPEDIRIA A VIDA DE BROTAR EM QUALQUER OUTRO PLANETA OU LUA OU COMETA DO
SISTEMA SOLAR? Não há portanto vida em nenhum outro planeta. A vida toda está
nessa. E ela é divina. E ela é INFINITA!
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