terça-feira, 5 de novembro de 2019

ÉDIPO, UM PAIDIKA!


  
  
   Matar um mito é dar-lhe a última interpretação. Espero, honestamente, não estar fazendo isso ao reler um dos mais famosos episódios da mitologia grega: a saga dos Labdácidas, descendentes de Cadmo e dos dentes do dragão por ele semeado. Precisamente, o desfecho horroroso desta saga, eternizada por Sófocles na peça teatral Édipo Tirano. Comecemos por Laio que, ainda novo para herdar o trono de Tebas, vagueia pelo mundo, encontrando refúgio em outra cidade grega, Corinto, ao lado do rei Pélope que, generosamente, lhe oferece hospedagem e o mantém perto de si. Na corte desse rei, Laio se apaixona pelo filho do Rei, um jovem de nome Crisipo. O assedia e, contra a vontade deste, e desrespeitando a hospitalidade oferecida, estupra o garoto que, traumatizado, se suicida. Pélope lança sobre Laio uma grave maldição, a de que sua raça seja extinta para sempre da face da terra. Laio retorna e se casa com Jocasta. A união é estéril e o herdeiro não surge. Um oráculo consultado lhe informa, de modo oblíquo e enigmático, que se ele tiver um filho, este o matará e se deitará com a mãe. Uma noite, bêbado, Laio se descuida e engravida Jocasta. Nasce Édipo. O resto da história é assaz conhecida. Começo aqui minhas considerações: a maldição de Pélope não era capaz de produzir infertilidade, em Laio ou nos seus descendentes, mas seria capaz de, caso ele tivesse filhos, tornar esses filhos homossexuais, interditando a cópula normal e a reprodução (Vejam que o mal praticado por Laio foi exatamente de natureza homossexual, estuprando o filho menor do soberano de Corinto). O que em Laio era apenas uma perversão, uma bissexualidade incidental, no seu filho ela iria ser genital. Édipo seria um clássico e típico viadão! Primeiro ele foge da casa dos seus pais adotivos quando sabe que seu destino é matar o pai e dormir com a mãe (Freud aqui quase acerta quando definiu esse complexo como sendo a essência do desejo humano, quando na verdade essa é a essência do desejo homossexual: o homossexual deseja matar o pai, dormir com a mãe e, no dormir com a mãe, se identificar com o pai morto e realizar nessa mãe, de modo fantasioso, seu erotismo pelo macho que lhe deu à luz! É como se ele, ao copular com a mãe, ficasse no meio recebendo a madeirada do pai, voltando assim a ser apenas uma semente, um não nascido - um desistente no caso de Édipo -, não realizando, na própria efetuação do desejo, o sentido de procriação, a maldição de Pélope!). Ele foge da sua sexualidade monstruosa, da sua aberração genital. Em seguida, em um entroncamento de uma estrada, mata o seu pai em um entrevero conflituoso. Édipo não sabe, durante esse trágico episódio, que o homem morto é o seu pai, mas podemos especular que algo nele sabia, um instinto, um afeto, um forte traço fisionômico de semelhança capaz de despertar nele a pulsão assassina própria do homossexualismo latente. Isso vale depois para a sua união incestuosa com jocasta, o que só seria possível se ele projetasse nela profundos afetos maternais (na verdade, Édipo casado não passa de um brinquedo sexual nas mãos da marafona Jocasta a amar um menino bem mais novo, o que não deixa de ser outra doença sexual, procriando nesse menino uma matilha de novos homossexuais: Eteócles, Polinice, Ismena e Antígona!). Depois do pai morto, Édipo parece aprender a conviver com essa sua patologia maldita. Sua vitória sobre a esfinge, decifrando-lhe o enigma, é bem parecida com um episódio de auto conhecimento: De manhã, ele, Édipo, é o animal com quatro pernas, as duas dele e as duas do pai com quem ele mantém uma relação de problemática identificação e repulsa; à tarde, com o pai morto, ele tem as duas pernas do homem feito e, à noite, ele tem além das suas duas pernas normais, um membro viril e ativo, o seu peru que toda noite penetra na própria mãe! Monstruosa, a esfinge vê nessa resposta uma aberração maior do que ela mesma e se suicida. Finalmente vemos Édipo no Palácio onde nasceu, feliz como um pinto no lixo, reinando sobre Tebas e dormindo com sua mãe, um homossexual realizado e feliz, até o momento em que os desfechos trágicos do final se anunciam. As suspeitas de Édipo durante as investigações, além de dar mais verossimilhança ao enredo da trama, abona a suposição de que Édipo sempre teve um pressentimento de quem era mesmo as pessoas envolvidas no seu trágico destino, uma pré-consciência que reduz o âmbito ilustrativo desse mito - não mais a essência do desejo humano, mas o conflito de uma natureza homossexual amaldiçoada - ao mesmo tempo em que amplia o auto conhecimento que os homossexuais possuem de si mesmo, algo que lhes retira a ingenuidade e a inocência tão peculiar e angelical dos homens normais não amaldiçoados! Basta olhar para um homossexual ainda novinho para se ver quanta malícia e luxúria possui a sua heteróclita esfinge! Quando o vidente Tirésias informa que a peste sobre Tebas só será sanada quando for expulso de lá o elemento impuro, quando fosse expelido do corpo social o Pharmakóis que Édipo representava, a mensagem mais profunda era a de que os homossexuais deveriam ser expulsos e eliminados do campo social! Este era o segredo dos Gregos arcaicos: É PRECISO EXPULSAR O PHARMAKÓIS!

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