P/ Mônica Kruschevsky
ELISABAR ESPIANDO OS BANHOS DE DONA CELU @SalomãoZalcbergas |
Dona Marcela Ferraz, conhecida por todos como Dona Celu, vivia em uma chácara, às margens do Rio Pardo, em Itambé-Ba, a poucos minutos do perímetro urbano.
Da sua casa, entre árvores frondosas e escandalosos perus e todo tipo de animal doméstico, era possível ouvir as badaladas do sino da Igreja matriz, e esse era o critério que distinguia a zona urbana da zona Rural (roça era apenas o lugar de onde não se podia mais ouvir o clangor do bronze severo).
Era viúva e tal condição emprestava a seu figurino uma sisudez que não combinava com sua juventude pois, embora decidida ao celibato para sempre em memória do seu amado esposo falecido, a natureza reclamava seus apetites e encontrava jeitos de se manifestar. Bem sabia disso o seu capataz, o ourives Elisabar, homem de confiança do seu marido, que o ajudara a enriquecer forjando joias falsas e ligas de todo o tipo, vendidas em feiras e povoados ermos. Seu esposo acabou morrendo nas mãos de um cliente por ele enganado e Elisabar restou na chácara, cuidando da propriedade e, clandestinamente, na mesma suspeita atividade, que era o que, de fato, bancava as despesas da casa. Elisabar via a todo momento como a viúva do seu patrão cantarolava no banho, suspirava com as novelas do rádio e gemia dentro dos lençóis do seu solitário quarto. Sim. Ele a espionava e nutria por ela um desejo alucinado, mas nunca tendo a coragem de manifestá-lo.
Certa feita, acometida de uma dor de dentes insuportável e sem querer ir à cidade que havia jurado não pôr os pés enquanto durasse o luto da viuvez, ela aceitou que Elisabar fosse buscar o protético que atendia à domicílio. Seu Danilo, vestido de avental Branco, da cor do cavalo emprestado a ele pelo capataz, parecia um anjo providencial, saltando direto em direção ao quarto da viúva em estado de dor profunda. Era preciso extrair o dente e ela não tinha coragem para tal, mesmo chumbada de clorofórmio e éter de farmácia que o protético lhe aplicava com um lenço bordado com o caduceu de mercúrio já desbotado. Foi quando Elisabar, para lhe convencer a extrair o dente, para lhe provar que não doeria nada, se ofereceu para extrair um dente molar, qualquer um que o protético escolhesse, ali mesmo na frente de Dona Celu. Tal proposta inusitada despertou nela a curiosidade. Seu Danilo, após tentar dissuadi-lo sem muita convicção, escolheu um dos seus trinta e dois belos e saudáveis dentes, um pré-molar inferior de duas raízes e o arrancou com a maestria que lhe rendera o póstero apelido de O Reizinho do Alicate. Dona Celu, vendo aquela cena e a impassível face de seu capataz, encheu-se de coragem, inalou fundo uma talagada de clorofórmio que quase lhe fez desmaiar e abriu a boca para extrair o dente doloroso.
Da sua casa, entre árvores frondosas e escandalosos perus e todo tipo de animal doméstico, era possível ouvir as badaladas do sino da Igreja matriz, e esse era o critério que distinguia a zona urbana da zona Rural (roça era apenas o lugar de onde não se podia mais ouvir o clangor do bronze severo).
Era viúva e tal condição emprestava a seu figurino uma sisudez que não combinava com sua juventude pois, embora decidida ao celibato para sempre em memória do seu amado esposo falecido, a natureza reclamava seus apetites e encontrava jeitos de se manifestar. Bem sabia disso o seu capataz, o ourives Elisabar, homem de confiança do seu marido, que o ajudara a enriquecer forjando joias falsas e ligas de todo o tipo, vendidas em feiras e povoados ermos. Seu esposo acabou morrendo nas mãos de um cliente por ele enganado e Elisabar restou na chácara, cuidando da propriedade e, clandestinamente, na mesma suspeita atividade, que era o que, de fato, bancava as despesas da casa. Elisabar via a todo momento como a viúva do seu patrão cantarolava no banho, suspirava com as novelas do rádio e gemia dentro dos lençóis do seu solitário quarto. Sim. Ele a espionava e nutria por ela um desejo alucinado, mas nunca tendo a coragem de manifestá-lo.
Certa feita, acometida de uma dor de dentes insuportável e sem querer ir à cidade que havia jurado não pôr os pés enquanto durasse o luto da viuvez, ela aceitou que Elisabar fosse buscar o protético que atendia à domicílio. Seu Danilo, vestido de avental Branco, da cor do cavalo emprestado a ele pelo capataz, parecia um anjo providencial, saltando direto em direção ao quarto da viúva em estado de dor profunda. Era preciso extrair o dente e ela não tinha coragem para tal, mesmo chumbada de clorofórmio e éter de farmácia que o protético lhe aplicava com um lenço bordado com o caduceu de mercúrio já desbotado. Foi quando Elisabar, para lhe convencer a extrair o dente, para lhe provar que não doeria nada, se ofereceu para extrair um dente molar, qualquer um que o protético escolhesse, ali mesmo na frente de Dona Celu. Tal proposta inusitada despertou nela a curiosidade. Seu Danilo, após tentar dissuadi-lo sem muita convicção, escolheu um dos seus trinta e dois belos e saudáveis dentes, um pré-molar inferior de duas raízes e o arrancou com a maestria que lhe rendera o póstero apelido de O Reizinho do Alicate. Dona Celu, vendo aquela cena e a impassível face de seu capataz, encheu-se de coragem, inalou fundo uma talagada de clorofórmio que quase lhe fez desmaiar e abriu a boca para extrair o dente doloroso.
Momentos depois, após a partida do protético, durante o jantar, uma canja de galinha perfumada servida por uma criada estarrecida ao ver o capataz sentado na mesa, no lugar onde sempre sentara seu antigo patrão, Dona Celu rompeu o silêncio e perguntou a Elisabar porque ele fizera aquilo, sacrificar um dente são somente para lhe convencer e lhe insuflar a coragem que lhe faltava. Elisabar, homem de gestos insólitos e imprevisíveis, como acabamos de ver, não se fez de rogado e confessou todo o seu amor, todo o desejo secreto que guardava para sua patroa a quem ele estava disposto a servir por toda a vida. Dona Celu sentiu o sangue lhe afoguear o rosto e suas mãos crisparam-se na toalha da mesa. Antes que o atrevido capataz, traidor da sua confiança ao ultrapassar os limites da homenagem por ela concedida de jantar ao seu lado, concluísse seu assédio imoral, ela o interrompeu com curtas e contritas negativas. Ela era uma mulher de família, viúva e ainda em luto, ele deveria se pôr no seu lugar, pois ela sabia muito de sua vida pregressa, de crimes pelos quais ele ainda era procurado e que, só por isso, pelo fato de ter ajudado muito o seu marido a comprar a propriedade com tais atividades, ela não iria demiti-lo. Levantou-se da mesa e se retirou para o quarto deixando o presunçoso conquistador de boca aberta com a colher de sopa parada no ar, o espaço do dente arrancado ainda a pulsar entumecido pelo edema. No outro dia, ela o evitou o quanto pode, mantendo-o na área reservada aos outros dois empregados da chácara e postergando os assuntos da propriedade que costumavam discutir (havia algum gado e algumas lavouras em mãos de arrendatários que exploravam as margens do Rio Pardo com hortaliças e outros cultivares). Entretanto, as palavras e, principalmente, a atitude do capataz não foram de todo inócuas quando relembradas ao se deitar e pensar na vida! Ela não tinha ainda quarenta anos e seu corpo pulsava com as febres do desejo que seu marido não podia mais refrescar. Elisabar era um homem bonito, embora rude e meio espevitado. Decidiu esperar para ver se ele era realmente capaz de suportar a sua viuvez passar, pois um ano passava rápido! Outras horas, menos solitária e envolvida com as atividades da casa, conversando com as primas que lhe visitava regularmente, julgava loucura e ousadia as investidas do capataz e prometia a si mesma demiti-lo tão logo os negócios da chácara se ajeitassem. Elisabar não experimentava tais incertezas. Pelo contrário, agora que teve coragem de confessar sua paixão, não apertava mais as rédeas da imaginação e dava azo aos mais loucos devaneios nos braços da mulher que ele amava! Vez por outra, no quintal ou na varanda, seus olhares se cruzavam e ele sentia que ela o queria.
Para ela ele fez dezenas de joias que deixava sobre o parapeito da sua janela. Ela nunca o agradecera, mas recolhia sem recusar a oferta! Era só uma questão de tempo, se ele soubesse esperar, mas qualquer um que arde de desejos sabe que, talvez por o amor ter algum parentesco, como se diz, com a eternidade, o tempo é justamente o elemento estranho ao ato de amar! Ela não tomava nenhuma atitude em se aproximar e ele precisava fazer algo para conquistá-la definitivamente. Sentindo que seu gesto intempestivo de lhe oferecer um dente tanto lhe havia comovido, resolveu pensar em algo semelhante, algo que mostrasse como estava disposto a morrer, a tudo sacrificar por ela. Um fim de tarde de domingo, quando ela gostava de passear pelas margens do rio Pardo, outrora bastante caudaloso e escuro, sentindo a força da natureza se harmonizando com a juventude que dentro dela tão fugazmente também se escoava, Elisabar a esperou atrás de uma moita, perto do lugar hoje chamado curva do manjerona, e ali ficou sem uma única peça de roupa no corpo, nu como viera ao mundo. Assim que sua patroa, com um rosário nas mãos, se aproximou, ele saltou de trás da moita, arregaçando diante dos olhos dela todas as suas pudendas partes e gritou:
Para ela ele fez dezenas de joias que deixava sobre o parapeito da sua janela. Ela nunca o agradecera, mas recolhia sem recusar a oferta! Era só uma questão de tempo, se ele soubesse esperar, mas qualquer um que arde de desejos sabe que, talvez por o amor ter algum parentesco, como se diz, com a eternidade, o tempo é justamente o elemento estranho ao ato de amar! Ela não tomava nenhuma atitude em se aproximar e ele precisava fazer algo para conquistá-la definitivamente. Sentindo que seu gesto intempestivo de lhe oferecer um dente tanto lhe havia comovido, resolveu pensar em algo semelhante, algo que mostrasse como estava disposto a morrer, a tudo sacrificar por ela. Um fim de tarde de domingo, quando ela gostava de passear pelas margens do rio Pardo, outrora bastante caudaloso e escuro, sentindo a força da natureza se harmonizando com a juventude que dentro dela tão fugazmente também se escoava, Elisabar a esperou atrás de uma moita, perto do lugar hoje chamado curva do manjerona, e ali ficou sem uma única peça de roupa no corpo, nu como viera ao mundo. Assim que sua patroa, com um rosário nas mãos, se aproximou, ele saltou de trás da moita, arregaçando diante dos olhos dela todas as suas pudendas partes e gritou:
_ CELU, AMOR DA MIHA VIDA! VOCÊ NÃO ACEITOU O MEU AMOR E POR ISSO EU NÃO QUERO MAIS VIVER!
E dizendo isso em voz profundamente comovida, deu mais dois passos e mergulhou na correnteza escura do Rio, sem tempo sequer de perceber que sua amada desmaiava de susto no exato instante em que seu corpo nu afundou no redemoinho! Elisabar era bom nadador e mergulhou até um ponto distante onde havia deixado roupas e um providencial farnel. Sem ser visto por ninguém e antes que uma multidão de curiosos começasse a vasculhar as margens do rio à procura do seu corpo, ele rompeu pelas veredas e caminhou toda a noite e madrugada até chegar ao povoado da Limeira, nas cercanias da Ladeira do Marçal. Ali, no outro dia, apanhou uma marinete até a cidade de Vitória da Conquista onde se escondeu em casa de uma velha tia e ali permaneceu por vários e vários dias, enquanto a história do seu suicídio ia se espalhando e ganhando fama. Dizem alguns antigos moradores de Itambé contemporâneos desse episódio, que Elisabar fizera isso para fugir de alguns clientes que haviam descoberto suas gambiarras de ouro baixo, suas ligas de prata que ele vendia como ouro puro, mas eu cá ainda prefiro acreditar na motivação maior do seu insano desejo carnal. Vi antigas fotos, recentemente, de Dona Celu quando jovem e posso lhes garantir que era mesmo um pitel, uma coquete maravilhosa! Enquanto isso, enquanto as buscas infrutíferas pelo corpo de Elisabar iam aos poucos se rendendo ao desânimo e fatalidade, nossa prezada Dona Celu começou a descobrir o quanto queria e desejava o seu capataz, pois só damos valor aquilo que perdemos e todo paraíso é um paraíso perdido! Passou ela todos os dias da semana nas margens do rio, acompanhando a equipe de busca, liderados por um famoso mergulhador da cidade conhecido como Zózimo Gusmão, sobre quem algum dia escreverei suas epopeias de mergulhador fenomenal. À noite, mal comia e suspirava até de madrugada, se encharcando com chás de maracujina e flor de laranjeira até se dopar para conseguir conciliar o sono. O remorso e o desejo finalmente desperto não queriam mais que ela dormisse. As duas criadas da casa logo sentiram a transformação em sua patroa. Não mais celebrou as novenas com suas primas nem as convidou mais para com elas passarem longas tardes de bordados e conversas animadas. Vivia pela casa suspirando e dizendo-se com saudades de Teófilo, seu falecido esposo, mas fazia isso agarrada com algum objeto pessoal de Elisabar que ela havia retirado do quarto dele, após se apoderar da chave e passar longas horas lá dentro remexendo suas roupas, seus objetos pessoais, esfregando nas coxas suas camisas e botas de cano longo e couro cru! Durante o dia, vagava pelo Rio Pardo e, falando sozinha, culpava Iara, a mãe d’água, por ter lhe roubado o homem da sua vida! Aconteceu de uma de suas criadas, a mais nova, ser aparentada e cúmplice de Elisabar e, sabendo de sua tramoia, e da transformação no coração da sua patroa, inventou de ir visitar seus parentes e veio até Vitória da Conquista, relatar todo o ocorrido para seu parente, imaginando este como o novo patrão dela e, quem sabe, uma vida mais folgada. Elisabar abriu um longo sorriso de satisfação e felicidade ao saber que seu plano fora bem-sucedido. Homem afetado, de gestos histriônicos e teatrais, ficou deveras comovido com a parte do relato onde sua amada era descrita a vagar pelas margens do rio, feito uma desesperada romântica, culpando Iara, mãe d’água por ter roubado dela o seu amado! Começou imediatamente a tramar a sua volta triunfal, mas temia pelo caráter inconstante de Dona Celu. Dessa vez teria que ser muito espalhafatoso e arrebatá-la de um único lance, uma só pegada triunfal, sem dar-lhe tempo de refletir e ponderar demais. Sua estratégia, confesso, não deixou de ser criativa e mirabolante. Apanhou um ônibus e dirigiu-se até as proximidades da chácara, tomando cuidado para não ser visto ou, se visto, não ser reconhecido. Um pressentimento decorrente da sua personalidade teatral, a superficialidade, lhe dizia que fora justamente o seu corpo nu e taludo o que havia afetado o coração da sua desejada e não apenas o seu ato de morrer. No que estava redondamente enganado. Por mais que u’a mulher ame um homem, ela o amará mais ainda se ele vier a morrer por sua causa, e fora isso, muito mais do que os bagos exibidos, o que movera o coração da viúva solitária. Apostando no erotismo inseparável da sua paixão por ela, Elisabar decidiu aparecer nu novamente e, para isso, apelou para um novo recurso circense. Esperou anoitecer e o auxílio luxuoso de um luar prateado emprestou contornos mágicos ao seu estratagema. Conhecia na palma da mão um atalho para o pátio onde debruçava a janela do quarto da sua amada. Foi até o rio e se despiu, em seguida entrou na água e recolheu baronesas, lodo, folhas apodrecidas e algas ribeirinhas, com elas cobrindo parte do seu corpo, agora todo verde cintilante ao luar, uma tessitura de lodo e cipós em volta do tronco mesclados a sua farta cabeleira. Mal chegou ao pátio e a encontrou a regar seus vasos de amores-perfeitos na sacada da janela. Dona Celu tomou um susto medonho ao ver aquela assombração no pátio, sem contudo, por um segundo sequer, deixar de perceber ser ele, Elisabar, pois este fora logo assoviando como era de costume, quando ali se aproximava nos tempos respeitosos de outrora, e também por ele imediatamente se identificar:
Boquiaberta, cega pela visão da entidade ribeirinha lhe acenando com tanta familiaridade, do seu amado agora já morto e possuído por algo das trevas, Dona Celu fechou a janela e enterrou-se no quarto, mas já era tarde. Disposto a levar seu drama até o final, Elisabar subiu os andares da pequena escada lateral e alcançou em poucos segundos a porta do quarto. O fato dela não ter gritado por socorro era a prova cabal de que ela o reconhecera e apenas esperava que ele a arrebatasse. Aquela porta de fina madeira não iria mesmo ser um obstáculo. Girou a fechadura. Trancada. Bateu e chamou por sua amada, fazendo questão de modular a voz gutural e manter a farsa de ser um fantasma excitado e pronto para acasalar. Que paroxismo não deveria estar a mente da sua amada, misturando o medo do sobrenatural com os reclames do desejo carnal! Que luxúria, pensou! Pressentiu estar vivendo um amor gótico, se tivesse para tal esse vocabulário! Começou a forçar a porta com os ombros. Não imaginava que seu teatro era tão bem feito nem que ela fosse mais impressionável do que ele imaginava, que ela pudesse acreditar naquilo para além de um jogo licencioso de erótica fantasia e comicidade. Julgou por si apenas. Dona Caçu não só acreditava estar diante de um fantasma redivivo como agiu como age alguém quando se sente ameaçado pelo sobrenatural. Não refletiu sobre a verossimilhança da cena, antes, apanhou sobre o guarda-roupa o rifle de seu esposo e apontou para a porta que começava a ceder ao peso dos ombros apaixonados de Elisabar. Tão logo a porta veio ao chão, banhado pela claridade do luar morfético sobre o lodo e as algas no seu rosto, Elisabar recebeu nos peitos um balaço de rifle cujo estampido foi bater lá nas locas do braço da manjerona, onde Iara, a mãe d’água, dormia e sonhava com algum pescador recém-afogado! Em breve ela teria a companhia de Dona Celu que, enlouquecida pelo incidente, passou a vagar todas as noites pela beira do Rio Pardo, chamando hora pelo seu amado Elisabar, hora pelo seu finado esposo Teófilo, até que um parente sórdido conseguiu se apropriar da sua chácara e lhe internar no manicômio onde viveu até morrer coberta pelas falsas joias que seu amado morto lhe havia, em vida, lhe presenteado!
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